Audiovisuais

-Módulo 3-
Aula de projecto 1

Na primeira aula de projecto do segundo período foi lançado à turma um novo desafio. O nosso conceito, baseado na nossa mais recente resposta, será desenvolvido na tecnologia de Audiovisuais, que se divide em dois ramos distintos: o cinema e a fotografia.
Devido à nova tecnologia, que diverge um pouco das anteriores, o desenvolvimento do conceito será realizado de maneira diferente no toca à exploração de ideias, uma vez que esta será constituída por um raid fotográfico realizado por cada aluno. Para clarificar, os professores exibiram, durante o decorrer da aula, o raid fotografico realizado por um dos professores em várias cidades do país.
Após esta exposição foi-nos sugerida uma nova estrutura de organização do blog que nos obriga a postar semanalmente os acontecimentos e os avanços da disciplina em questão.


Desafio

Tema – “A Metamorfose” de Franz Kafka
«(…) Queria ir ao encontro do gerente, que, em pose ridícula, estava já no patamar da escada, agarrado com ambas as mãos ao corrimão. Mas, ao tentar encontrar um apoio, caiu imediatamente, com um pequeno grito, sobre as muitas patas. Mal isto aconteceu, sentiu, pela primeira vez nesta manhã, uma sensação de bem-estar físico: as perninhas estavam bem assentes no chão, obedeciam perfeitamente, como ele, para sua alegria, pôde constatar. Até sentia como elas estavam dispostas a levá-lo aonde quisesse ir, e convenceu-se de que a cura definitiva de todos os seus males estava próxima. (…)» (“A Metamorfose”, Franz Kafka)

Etapas do Trabalho

“(…) Até sentia como elas estavam dispostas a levá-lo aonde quisesse ir (…)”  
  1. Desafio – Vais agora caminhar pelo mundo… Por onde andas e o que encontras? Este novo desafio irá ser traduzido na criação de um pequeno filme, em grupo, três fotografias/retratos, e uma sequência constituída pelo número de fotografias que entendas necessários para explorar o teu caminhar pelo mundo, entre instantâneos ou fotografias encenadas, sendo o trabalho de fotografia individual. Neste último trabalho de fotografia verifica até que ponto é possível explorar o teu olhar sobre a sexualidade e sobre os comportamentos adictivos.
  2. Conceito – regista as tuas ideias por meio de um texto.
  3. Referenciais a utilizar na exploração do conceito – explicita os teus referenciais (textos de autores vários que abordem o(s) tema(s)  em sentido lato, imagens, desenhos).
  4. Pesquisa – realiza uma investigação sobre a produção existente ao nível da Fotografia, do retrato em particular, e do Cinema/Curta-Metragem, preferencialmente relacionada com o tema que irás explorar
  5. Exploração de ideias – explora as várias possibilidades de criação do filme, recorrendo a storyboards, e à planificação e encenação dos retratos que irás realizar, segundo as indicações que te irão ser dadas. Ao nível da sequência em que irás explorar o teu caminhar pelo mundo, parte do registo fotográfico dos lugares por onde andas
  6. Selecção e desenvolvimento de uma ideia – opta pelas propostas que pareçam mais conseguidas e desenvolve-as, explorando mais possibilidades dentro do mesmo conceito. Apresenta os desenhos, imagens e textos necessários à sua plena compreensão.
  7. Realização – a execução será levada a cabo nas aulas de tecnologias, naquilo que do teu trabalho seja exequível nesse espaço.
  8. Apresentação final
Por onde caminhas? O que encontras?

Ando à deriva...
... Num mar de melancolia, encontro destroços, pedaços do passado que se desprendem e me seguem.
É difícil não me agarrar a eles, não lhes suplicar por ajuda, se não me segurar eu afundo, eu afogo-me.
Quando abro a boca para respirar eu engulo a melancolia que me rodeia e sinto-me pobre, pobre de espírito.

O Meu Conceito

"Não abras os olhos!" pensei, mantendo as minhas pálpebras firmemente cerradas, "Não abras! Não abras!".
Senti gotas salgadas salpicarem a minha face, quem chorava?
Continuei a correr, de olhos cerrados, corri até a terra acabar e ser substituída pelo mar. E nesse mar, bravo e zangado, encontrei a calmaria para o meu espírito; só depois, me atrevi a olhar o horizonte.
Quem tinha chorado aquele mar todo? Quem havia sentido tamanha tristeza, que provocasse tantas lágrimas? Lágrimas essas que cobrem mais de metade do globo terrestre
Um mar que não parava de crescer...a roupa encharcada, colada ao meu corpo, gelava-me até aos ossos.
Estendi as minhas mãos em direcção ao céu, procurando agarrar-me às nuvens baixas que se afastavam à minha passagem.
As minhas memórias puxavam-me pela saia, e as mais velhas, cujos dentes já haviam crescido, mordiam-me as pernas enquanto gritavam "A culpa é tua!".
A água banhava-me, agora, também a cara e entrava no meu corpo através da minha boca, em grandes goladas, ocupando a magreza da vontade. Escorriam torrentes, garganta abaixo.
Abandonei a tona da água e as ondas pararam de se debater na superfície do mar.
Afundei-me lentamente, permitindo que as bolhas de ar assustadas, fugissem dos meus lábios.
"Não abras os olhos! Não abras..." gemeu a minha consciência dissolvida na água.
Algures, nas profundezas, uma criatura feita só de escamas cinzentas, perguntou-me na sua voz cavernosa:
_ E se este mar for feito de lágrimas de felicidade e não de tristeza?



Aula de Tecnologia 1 - Cinema

Na primeira aula de audiovisuais a nossa turma foi dividida com o intuito de facilitar as aulas, assim parte da turma assistiu à aula de cinema e outra parte à aula de fotografia.
As aulas de tecnologia irão alternar entre as disciplinas de cinema e fotografia, ou seja, metade da turma terá na primeira semana, fotografia, enquanto que a outra terá cinema, na semana a seguir, trocam.
Na primeira aula de Cinema o professor iniciou a lição explicando a importância da imagem e da recorrência a que nós, seres humanos, fazemos dela, desde os tempos primórdios, possuindo um grande papel na comunicação.
O cinema surgiu, oficialmente, no dia 28 de Dezembro do ano 1895 quando os irmãos Lumière (Auguste e Louis Lumière) criaram o cinematógrafo baseado numa invenção de Thomas Edison. Nesse ano foi feita a primeira sessão de cinema, com pequenos filmes de aproximadamente 3 minutos cada. Os irmãos Lumière apresentavam estes filmes a grupos de cerca de 30 pessoas, numa das suas exibições, em que se mostrava a chegada de um comboio a uma estação, chegou a assustar as pessoas por pensarem que se tratava de uma acção real e, uma vez que não estavam habituadas a estes filmes, a imagem acabou por causar grande impacto.
Os primeiros filmes eram documentais, mostravam pequenas acções da natureza como paisagens de países diferentes para depois mostrarem aos espectadores franceses. No entanto, com o decorrer dos anos estas filmagens começaram a contar histórias: baseadas em obras literárias e pequenas comédias. 
 

Os planos, as cenas e as sequências

Para produzir um videograma existem uma série de conceitos que é preciso ter em conta para a realização de um filme com alguma qualidade técnica e estética. Alguns dos conceitos mais básico são o plano, a cena e a sequência.

Plano
            É a unidade fundamental da linguagem audiovisual: é uma tomada de vistas feita de forma contínua, por outras palavras, é o registo do que temos no enquadramento do visor da câmara, enquanto filmamos. Resumindo, quando há uma mudança de tomada de vista há uma mudança de plano.
            O pano pode ser analisado em relação à escala de planos (dimensão do enquadramento de tudo aquilo que está dentro do visor), à composição (disposição dos elementos) e da perspectiva.
No que toca à escala de planos, usa-se a figura humana para dimensionar a realidade inserida na área do visor da câmara, servindo de modelo para a definição da nomenclatura do plano.

Plano de Pormenor – Enquadra um pormenor do corpo humano ou de um objecto


Muito Grande Plano – Enquadra o corpo humano desde o meio da testa até ao queixo. Este é um plano que aumenta a intensidade dramática, realçando a máxima expressão do rosto ou de uma emoção.

Grande Plano – Enquadra o corpo humano desde o cimo da cabeça até aos ombros do personagem. Pretende mostrar a cara do personagem revelando com intensidade as suas expressões, pensamentos ou mesmo a própria vida interior.

Plano Próximo – Enquadra o corpo humano desde o cimo da cabeça até à linha do peito. Estabelece uma proximidade em relação a um objecto ou a um personagem. Este plano ainda não revela o ambiente envolvente, mas acentua uma acção dramática, intenções ou atitudes do personagem. É utilizado normalmente em cenas de diálogos.

Plano Médio – Enquadra o corpo humano desde o cimo da cabeça até à linha da cintura. Não revela ainda grande parte do ambiente envolvente, convertendo o personagem no centro das atenções. É usado para mostrar as relações entre as pessoas.

 Plano Americano – Enquadra o corpo humano desde o cimo da cabeça até aos joelhos. Muito utilizado na época dos westerns (daí o nome), para enquadrar os personagens e as suas pistolas. Este é um plano que já revela algum ambiente envolvente ao personagem.

Plano de Conjunto - Enquadra mais do que um personagem, mas não chega ao plano geral (totalidade das figuras). É um plano revelador dos pormenores da acção dos personagens e parcialmente do ambiente envolvente.

 Plano Geral – Enquadra o corpo humano desde o cimo da cabeça até aos pés. Permite situar o personagem no espaço dramático envolvente.

Plano Muito Geral – Enquadra a totalidade do corpo humano mais o espaço envolvente. Permite uma visão bastante ampla do ambiente em redor do (s) personagem (ns).

Composição

Após a definição do enquadramento, faz-se a análise da disposição dos elementos que o constituem, aquilo que está mais próximo ou mais afastado do observador. Considerando-se, normalmente, três níveis de composição de imagem: o primeiro plano (o que está mais próximo do observador), o segundo plano (aquilo que se encontra por detrás do primeiro plano) e o plano de fundo (geralmente é o cenário).
         Existe uma regra, denominada a regra dos terços, que ajuda no equilíbrio na composição da imagem. Consiste em dividir o enquadramento em três partes iguais (na horizontal e vertical), sendo os seus pontos de intercepção os pontos fortes da imagem (é sobre estes pontos que se devem posicionar os elementos enquadrados para resultar numa imagem mais equilibrada).

         Depois de definido o conceito de plano é considerada a cena e a sequência.

Cena

Cena é um conjunto de planos que registam uma acção dentro do mesmo espaço dramático. Quando se muda de lugar, muda-se de cena.

 Sequência
 Chama-se sequência a um conjunto de cenas (acções dramáticas), com continuidade entre si e que concluem uma acção.

Raccord

Raccord é a palavra que designa tudo aquilo que assegura continuidade, de plano para plano, dentro de um filme. Esta continuidade estende-se não só ao guarda-roupa, ao cenário e aos adereços, mas também ao próprio ritmo de representação dos actores. As cenas, na maioria das vezes, não são rodadas pela ordem na qual as vimos posteriormente nos filmes, já montados. Por motivos de custos de produção, podemos rodar uma cena hoje com sol e com determinados adereços e guarda-roupa, e por alterações no estado do tempo, só voltarmos a acabá-la uma semana depois com as mesmas condições de rodagem. Isso implica que quando as editarmos elas têm que fazer raccord. Para isso tem que haver as mesmas condições de luz, adereços, guarda-roupa, o mesmo ritmo de representação, etc.
 Se fizermos um corte numa tomada de vista, para mudarmos para outro plano, temos de fazer o corte sobre a mesma acção, senão não temos raccord.
Um exemplo de raccord, é a mudança de plano geral para plano próximo ( o corte é feito na acção, ou seja o personagem está na mesma posição, quando se muda de um plano aberto para um mais fechado). Isto cria o efeito de continuidade entre os planos.



 
Semana 1

Durante a primeira semana procurei vários tipos de referenciais, entre eles excertos do livro que tenho estado a explorar, imagens diversificadas, como fotografias, pinturas etc. e ainda, alguns textos.
Também iniciei a minha exploração de ideias para fotografia, procurando captar situações e paisagens do quotidiano da cidade Amadora e do paredão que percorre Carcavelos e Cascais.

Referenciais:

-Excertos d'A Metamorfose

"(...) a visão das paredes nuas deprimia-a, e era natural que sucedesse o mesmo a Gregor, dado que estava habituado à mobília havia muito tempo e a sua ausência poderia fazê-lo sentir-se só."
página 54

Este excerto revela a tristeza profunda que o estado de Gregor provoca na mãe, pois a transformação do seu filho alterou a vida da família para sempre : agora vivem o dia-a-dia mergulhados em melancolia.

"Ao ouvir as palavras da mãe, Gregor apercebeu-se de que a falta de conversação directa com qualquer ser humano, durante os dois últimos meses, aliado à monotonia da vida em família, lhe deviam ter perturbado o espírito; se assim não fosse, não teria genuinamente ansiado pela retirada da mobília do quarto. Quereria, efectivamente, que o quarto acolhedor, tão confortavelmente equipado com a velha mobília de família, se transformasse numa caverna nua onde decerto poderia arrastar-se livremente em todas as direcções, à custa do simultâneo abandono de qualquer remIniscência do seu passado humano?"
página 55

Neste parágrafo, Gregor reflecte sobre as perturbações que o seu isolamento da família causou no seu espírito e pergunta-se se realmente pretende abandonar o seu passado humano ao desfazer-se do único elo que o unia ao mundo dos homens: a mobília que decorara o seu quarto anteriormente.

-Imagens

O anjo observa o horizonte com ar melancólico, apoia a cabeça numa das mãos enquanto parece perder-se em pensamentos.

Albrecht Dürer, Melancolia (1514)
www.itacarevista.wordpress.com



Mais uma vez, um elemento feminino apoia a cabeça nas mãos, num gesto de cansaço e tristeza acentuados.

Esta imagem é uma variante da que apresentei anteriormente, repete-se a ideia de tristeza e fragilidade. A pele da rapariga é tão clara que é como se a ausência de cor se tornasse na ausência de alegria.

Zang jie
www.hermawayne.blogspot.com
As cores escuras e as nuvens representam a imensidão da tristeza e da falta de força de vontade.Estão dois elementos em posição de descanso e, a figura em primeiro plano, no lugar da cabeça, tem uma árvore seca, a sua mente definha e torna-se tão velha como a própria melancolia.



"endrju100"
www.deviantart.com

Embora esta imagem apresente muita cor não considero que o que ela reflecte se trate de algo alegre uma vez que a expressão da rapariga traduz mágoa. Está presente o meio aquático, e a menina salva a flor de se afundar enquanto se apoia num ramo de uma árvore.

Yoko Furusho
www.gallerynucleus.com

"Ando à deriva no mar da melancolia."

Sally Moore
travelinghost.blogspot.com

-Textos

Ah quanta melancolia!

Ah quanta melancolia!
Quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!

Que angústia desesperada!
Que mágoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada-
Deixai-os, que é tudo assim.

Sem sossego, sem sossego,
Nenhum momento de meu
Onde for que alma emprego-
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.
Fernando Pessoa

Chove chuva
Chuva chove.
Chove chuva
Chove cá.
Já choveu uma chuvada
Numa chávena de chá.
(...)
António Mota

Dia Chuvoso

A chuva fina polvilhando a Terra
Como cortina húmida de seda,
Atrás de si o sol radiante encena;
Pinta de cinza o mundo em sua queda;

Confina a vida aos casacões de lã;
E nos convida à sua improdutividade:
Quem sabe os planos deixar para amanhã?
Ou p'ro outro ano? Ou p'ra eternidade?

O tempo passa enquanto a chuva cai,
E a Terra abraça a água e se embriaga,
E balbucia um poema de amor;

E a chuva embebe (enquanto o tempo vai)
Quem não percebe qual torrente o traga:
Se a chuva fria ou se a sua própria dor ...
Ederson Peka
Ando à deriva...

Ando à deriva no mar revolto que é o das emoções...
Durante quanto tempo mais serei capaz de me manter à tona?
Optei por me deixar levar pelas correntes (...)
"Ana"
www.escritosfurtivos.blogspot.com

All the world is melancholy, every member in it.
– Robert Burton, The Anatomy of Melancholy

www.forumtime.it/

Desenhos



Pesquisa

Fotografia

Na pesquisa deste trabalho procurei por fotografias interessantes, que atraíssem a minha atenção e que me inspirassem a fazer experiências com a minha máquina fotográfica  durante a realização do meu raid fotográfico.
Na minha opinião as fotografias que seleccionei revelaram-se úteis para o meu conceito não só por se relacionarem com ele mas também por nelas serem utilizadas técnicas diversificadas, como o uso de vários tipos de ângulos, de reflexos,de luz e sombra, efeito de espelho etc.
 Paolo Cardone
www.photo.net/

www.pistasdocaminho.blogspot.com


www.gabzcarpediem.blogspot.com



www.wallpapermenu.com

www.asasdaexistencia.blogspot.com/2010/

www.nightembrace-sorrowpit.blogspot.com

www.nightembrace-sorrowpit.blogspot.com

www.nightembrace-sorrowpit.blogspot.com

Frozen Stardust (?)
www.mentalflush.com/


www.forum.xcitefun.net

www.photogbiz.com

www.nadave.net

whi.­assets.­prod.­lg1x3z.­simplecdn.­net/­Madelinde


Retrato
 
Ainda no âmbito da pesquisa da fotografia, procurei informação relativa ao tipo de fotografia que vamos explorar nas aulas de tecnologia: o retrato.
A expressão facial é sempre muito importante no retrato, pois é um dos primeiros elementos da comunicação humana. Podem distinguir-se vários tipos de retratos, retrato individual, em grupo ou colectivo, ambiental ou não ambiental.
Os retratos não ambientais do tipo “Mugshot” (vem do inglês “to make faces”) correspondem às fotografias de cara e ombros de uma pessoa e os retratos ambientais são fotografias onde se representam uma ou mais pessoas juntamente com os objectos que os rodeiam para que se possa salientar um determinado aspecto da sua personalidade.
Dentro das fotografias deste género também podem ser representados apenas objectos e paisagens que representam uma pessoa, sentimentos, acontecimentos, ideais etc., pois é esse o objectivo do retrato: retratar alguma coisa.

Cinema

Curta-metragem, o que é?

            Segundo a Agencia Nacional do Cinema (ANCINE), Instrução Normativa 22, anexo I, Curta-Metragem é a definição dada a filmes que durem até 15 minutos, Média-Metragem para filmes que ultrapassem os 15 minutos mas que não excedam os 70 e Longa-Metragem para os filmes com mais de 70.
            No entanto, existe grande tendência para chamar de “curta-metragem” a filmes que durem até, mais ou menos, trinta minutos.

Exploração de ideia


O raid fotográfico foi um dos trabalhos pedidos pelos professores como forma de exploração de ideias do nosso conceito. Consistia em fotografar espaços, pessoas, objectos etc. Que podiam expressar as nossas ideias e servir como fonte inspiração para o desenvolvimento do desafio.
            Com os meus dois raids fotográficos procurei mostrar a presença da melancolia no nosso mundo. Observei a melancolia em nós, seres humanos, na natureza (através das árvores mirradas, da água dos lagos e das poças da chuva) e também em objectos inanimados (como o coelhinho de peluche).
            Mas não pretendi representar somente a existência de uma tristeza profunda, pois também quis captar as suas consequências e o ambiente citadino em contraste com o natural das praias.
            No que toca aos espaços que decidi fotografar, a escolha do parque atraiu-me não só pela existência do lago (reflexos e água, que eu escolhi como materialização do meu conceito), mas também pelo facto deste lugar se tratar de um parque infantil, na Amadora, destinado ao entretenimento e socialização. Pois apesar de ser um espaço que possui, supostamente, fins lúdicos, nele, consegui encontrar sinais de melancolia.
            Em oposto, no paredão de Cascais, numa hora tardia, num dia de nevoeiro, cenário “ideal”para uma inundação de melancolia, encontrei figuras que ofereciam resistência a esse ambiente, como é o caso de um pescador que encontrei que, apesar da escuridão, do vento e da perigosidade das ondas que rebentavam perto de si, não abandonou o seu posto, esperando, pacientemente, pela sua recompensa: que alinha do anzol desse um esticão. Mas, na minha opinião, a derrota da melancolia, por si só, já deve ser considerada um grande e merecida recompensa.
            Passo a apresentar o meu raid fotográfico (o raid que exibo neste trabalho não se trata da sequencia de todas as minhas fotografias mas sim de algumas que seleccionei por as considerar mais apropriadas, contextualizadas e com melhor qualidade):

Três casacos brancos, pendurados, num varão de cortinas branco, num quarto branco de cortinas brancas; foi este o cenário com que me deparei quando cheguei a casa depois de um dia normal de aulas. Pensei que esta situação se encaixava perfeitamente no meu conceito, pois esta monotonia de cores demonstra a tristeza da rotina a que nós estamos sujeitos.


            Melancolia no céu: a solidão na gaivota branca no céu cinzento, predominância da ausência de cor.


As árvores emolduram o retrato de um pato num lago. Um pato sozinho e triste que tem, como única companhia, o seu próprio reflexo.



O homem que veste negro volta as costas.




A melancolia perturbando a sociedade.

A melancolia.

Reflexo.


Caminho por este lugar húmido, acabou de chover … será que ainda vou secar a tempo de não me afogar?


Por mais que a água tente imitar as cores, ela nunca irá conseguir reproduzir essa tonalidade viva que só as verdadeiras cores possuem.

A prisão na água.



lata trata-se de mais um exemplo de melancolia material: após ter comprido a sua missão, transportar sumo até este ser bebido, foi largada no meio da rua e esquecida. Para além da sua solidão, o próprio lugar onde foi deixada (em plena cidade) transmite um ambiente melancólico que chega a ser degradante, uma vez que ela devia ter sido colocada num contentor e não abandonada no meio citadino.

O sentimento de tristeza e solidão num objecto inanimado: o coelho de peluche degolado, aguarda, sem esperança que alguém o recolha e trate. No plano de fundo está um parque infantil; pobre coelho, quantas crianças já não viu passar e nenhuma o quis ajudar?

Uma árvore mirrada cobre o cor-de-rosa de que são feitos os sonhos.


Segue-se uma sequência de duas fotografias, a primeira representa a vitória sobre a melancolia, o gatinho mantém-se confiante e feliz, aproveitando o sol matutino…

… A segunda traduz a derrota. O gatinho esconde-se no negrume, debaixo do carro.


Um passarinho negro e triste, pousado numa árvore negra e triste.


Vivendo num reflexo.


A sarjeta é como o portal para a melancolia: podemos vê-la e sentir a sua presença, sabemos que ela está ali, no entanto não sabemos ao certo o que ela esconde, mas também não queremos saber.


Sem-Face.

Quem tinha chorado aquele mar todo? 



É uma mancha negra fitando o infinito horizonte.



Talvez esta fotografia seja demasiado evidente, sei que não devemos fazer juízos a respeito do nosso trabalho, mas a verdade é que a sua evidência não me agrada muito, assim, deixo que ela sirva de legenda a si própria: sem assistência  ---->


_ E se este mar for feito de lágrimas de felicidade e não de tristeza?


O solitário, mas resistente, pescador.


É escuro e uma luz brilha no céu, mas a luz na água parece maior, qual delas devo seguir? Devo arriscar mergulhar na água ou devo preocupar-me em manter-me à superfície? 


A lua abre caminho para iluminar a palmeira solitária.






Aula de projecto 2

Na segunda aula de projecto a turma reuniu-se em grupos de quatro a cinco elementos, com o objectivo de começarmos a planificar e a desenvolver um conceito para a realização do storyboard, na área da disciplina de cinema.
Assim reuni-me com o meu grupo e elaboramos um conceito que consistia na união dos conceitos de cada elemento.

Selecção e desenvolvimento de uma ideia

Elementos do grupo:                               Conceito:

Alice  Abranches                                                   melancolia
Ana Rita Francisco                                                 rotina
Carolina Palha Correia                                           cansaço
Inês Ladeira                                                          luta

Frase de união dos conceitos:

"Estou cansada da rotina, por isso, luto contra a minha melancolia!"

Conceito desenvolvido:

Todo o dia, a mesma rotina, os mesmos hábitos. Estou cansada ... tão cansada!
A minha melancolia persegue-me, como se fosse a minha sombra. Sufoca-me, quero lutar contra este aperto, quero a mudança!

Tradução do conceito através do conceito através de um pequeno filme : storyboard
(Cinema)

Descrição do filme: " A Lista"



Acção 1

Cenário: loja de vestidos de noiva

Adereços: cadeira, colar

Luz/sombra/cor: preto e branco

Som: mudo, música de piano (inspiração nos antigos filmes mudos)

Acção: a noiva, sentada numa cadeira, olha-se ao espelho com expressão melancólica,
rapariga 1 coloca-lhe um colar e abraça-a, noiva rejeita o seu abraço

Tempo:15 s

Plano:




Acção 2

Cenário: loja de vestidos de noiva

Adereços: cadeira, colar, ramo de flores

Luz/sombra/cor: preto e branco

Som: mudo, música de piano


Acção: entra rapariga 2, segurando um ramo de flores e sorrindo
rapariga 1 barra o caminho de rapariga 2, esta afasta-a com um empurrão e oferece o ramo à noiva
noiva lança o ramo

Tempo: 20s

Plano:
 



Acção 3

Cenário: loja de vestidos de noiva

Adereços: cadeira, colar, ramo de flores, lista

Luz/sombra/cor: preto e branco

Som: mudo, música de piano


Acção: entra rapariga 3
rapariga 3 leva com o ramo de flores e tropeça na rapariga 1
rapariga 1 e rapariga 3 levantam-se
rapariga 3 desdobra a lista, revelando o seu verdadeiro tamanho
rapariga 1 e 2 tapam os olhos da noiva
noiva abandona a loja

Tempo: 30s

Plano:



Acção 4

Cenário: loja de vestidos de noiva

Adereços: lista, ramo de flores

Luz/sombra/cor: preto e branco

Som: mudo, música de piano

Acção: rapariga 3 e 2 discutem
rapariga 2 batem em rapariga 3 com o ramo
rapariga 2 lança o ramo, este é apanhado por rapariga 1
rapariga 1 separa as duas raparigas
as três rapariga abandonam, uma de cada vez, a sala, pela seguinte ordem:
rapariga 2, rapariga 3, rapariga 1

Tempo: 30s

Plano:

Acção 5

Cenário: jardim

Adereços: cadeira, colar, ramo de flores, lista

Luz/sombra/cor: preto e branco

Som: mudo, música de piano

Acção: noiva está sentada no banco com o rosto escondido
entra rapariga 2, pousa o ramo e abraça a noiva
entra rapariga 3, enrolada na lista
entra rapariga 1, passa por rapariga 3 e abraça a noiva

Tempo:30s

Plano:



Acção 6

Cenário: jardim

Adereços: cadeira, colar, ramo de flores, papéis

Luz/sombra/cor: surgimento das cores

Som: mudo, música de piano

Acção:rapariga 3 rasga a lista e lança os papéis rasgados sobre a noiva
ao ver-se livre das suas tarefas a noiva sorri e tráz as cores ao filme

Tempo: 20s

Plano:




Duração: aproximadamente 3 mins.


personagens:

Carolina - Noiva
Alice - Rapariga 1
Inês - Rapariga 2
Rita - Rapariga 3

Simbologia:


A noiva melancólica possui um sentido contraditório, é esperado que o casamento seja um dos dias mais felizes da nossa vida. Decidimos representar esta noiva como sendo triste e insatisfeita, para explicar que a melancolia pode afectar todo o tipo de pessoas independentemente da sua idade, sexo ou estrato social.
O casamento é também parte integrante do conceito desenvolvido pelo grupo, uma vez que faz parte da "rotina da vida" de cada um.

O espelho reflecte o estado de espírito da noiva, para além de um objecto de cenário é também um objecto de conceito. O espelho não é algo fiel, pois mostra sempre as imagens ao contrário. Assim, ao colocarmos um espelho no filme pretendemos dar a entender aos espectadores que a noiva se refugia nos reflexos do mundo, no que não é real.

A cadeira é um suporte, a noiva passa grande prte do filme sentada na cadeira, esperando que as acçoes decorram em seu redor enquanto permanece num descanso sofredor e triste.

A lista contém uma série de apontamentos desnecessários a ter em conta para o casamento. Aqui também é transmitida a ideia de rotina e monotonia, já que a lista contém advertências e avisos tão óbvios que escrevê-los num papel se torna algo absurdamente desnecessário. Seria idêntico a escrever a nossa rotina em forma de lista, como por exemplo " Comer o jantar antes de dormir." ou "Calçar os sapatos antes de ir para a escola.". Pois estas pequenas acções são tão constantemente repetidas no nosso dia-a-dia que uma pessoa, na posse de todas as suas faculdades mentais, nunca pensaria em apontar numa folha, para o caso de se esquecer. 

Simbologia da cor:

O filme, quase na sua totalidade, passa-se a preto e braanco. Esta cor negra e a sua ausência, têm como principal função transmitir aos espectadores a melancolia e a tristeza que existem na noiva e no mundo que a rodeia.
Com o sorriso da noiva nasce uma alegria no seu espírito e nascem também as cores no filme.
No início do filme, as raparigas, acompanhantes da noiva, parecem vestidas em tons tristes e escuros, no final do filme, com a revelação das cores, descobrimos que na verdade os seus vestidos são coloridos e alegres.

 Aula de Tecnologia 2 - Fotografia

Na primeira aula da tecnologia de fotografia, o professor fez uma introdução ao tema informando a turma da definição da palavra "fotografia", foto (luz) grafia (escrita).
A fotografia terá surgido entre os anos de 1826-1827, quando o inventor e litógrafo francês Joseph Nicéphore Niépce fez uma captura de imagem (uma vista do pátio da sua casa) numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível.


 A imagem foi produzida por uma câmara que exigiu oito horas de exposição solar. Nicéphore deu o nome de “heliografia” a este processo.
Ao mesmo tempo, outro francês, Daguerre, havia produzido, com uma câmara escura, efeitos visuais. Assim, Daguerre e Nicéphore começaram a trocar correspondência e firmaram uma sociedade em 1829.
Seis anos após a morte de Nicéphore, Daguerre desenvolveu um processo com vapor de mercúrio que reduziu o tempo de revelação das fotografias de horas para apenas alguns minutos. Este processo foi denominado daguerreotipia.
Daguerre revelou à Academia Francesa de Ciências e Belas Artes o seu inventou e rapidamente os daguerreótipos se popularizaram.
A fotografia atraiu a atenção de tantas pessoas que, movidos pelo entusiasmo, tornaram-se adeptos daquela técnica. Tanto em Londres como em Paris, houve muita procura de lentes e reagentes químicos.
Assim pessoas começaram a registar imagens com as suas câmeras fotográficas (caixas de formas estranhas).
Fotografar tornou-se uma actividade em expansão que rapidamente abrangeu o mundo: em 1853, cerca de 10 mil americanos produziram três milhões de fotos, e três anos mais tarde a Universidade de Londres já incluía no seu currículo a fotografia.
Com George Eastman, em Junho de 1888, surge a Kodak. A fotografia tornou-se mais popular com este tipo de câmera, bem mais leve, de baixo custo e simples de operar.
A fotografia permitiu ao homem uma visão real do mundo, tornou-se, por isso, o instrumento mais indicado para captar imagens dos registos da História.
A fotografia é a arte do instante, com ela podemos registar momentos únicos que, por mais simples que sejam, jamais poderão ser repetidos.
Apesar da primeira fotografia ser atribuída a Nicéphore e de ter sido Daguerre o responsável pela sua expansão, a fotografia não é o produto final de apenas um autor, uma vez que as técnicas e processos que a tornam possível foram, ao longo da história, desenvolvidas e experimentadas por muitas pessoas. O mais antigo dos conceitos (e um princípio fundamental da fotografia) é o da câmara escura que, séculos antes da invenção da fotografia, já era conhecido por Leonardo Da Vinci.
A fotografia permitiu, também, o surgimento do cinema: em 1876 fez-se uma experiência que consistiu em tirar várias fotografias da passagem de um cavalo ao longo de um hipódromo. Obteve-se a decomposição do movimento em várias fotografias e através de um zoopraxinoscópio o movimento foi recomposto. A partir desta altura a técnica foi sendo aperfeiçoada até à criação do cinematógrafo que data de 1895.

Os dois princípios fundamentais da fotografia

Princípio da Câmara Escura (conceito físico)

 “ Quando as imagens dos objectos iluminados penetram num compartimento escuro através de um pequeno orifício e se recebem sobre um papel branco situado a uma certa distância desse orifício, vêem-se no papel, os objectos invertidos com as suas formas e cores próprias.”
Leonardo da Vinci, in Codex Atlanticus


modelos de câmaras escuras

Princípio da Fotossensibilidade (conceito químico)

            Existem grãos de prata que são sensíveis à luz. Isso quer dizer que, quando a luz atravessa o “furo do alfinete” (Pinhole), o local que recebe a luz será sensibilizado e os sais de prata sofrerão uma transformação estrutural nas suas moléculas. Já os locais que não receberem luz, permanecerão com a prata inalterada. Ao se levar o papel/película fotográfica para o laboratório e ao revelá-lo com os produtos químicos adequados, os grãos de prata que foram sensibilizados pela luz sofrerão uma reacção química e tornar-se-ão prata metálica, que tem a cor preta.

Lentes/objectivas usadas na fotografia e as suas funções

Grande Angular _ maior profundidade, abertura do campo de visão, úteis para fotografias de locais com edifícios, prédios etc., uma vez que permite captar as suas fachadas completas.

0,1-50mm






Olho-de-Peixe




Normal _ assemelha-se ao campo de visão humano

50mm







Teleobjectiva _ capta objectos longínquos, diminui o campo de visão, úteis para retratos, tem a capacidade de focar os elementos que interessam ao fotógrafo.

50-300mm





O Diafragma

O diafragma é uma peça que se coloca na lente da câmera que regula a abertura de um sistema óptico.
A medida da abertura é controlada por valores de f ( f/3.5, f/5.6, f/8.0...):



O diafragma permite controlar a quantidade luz e influencia na profundidade da fotografia.
      Com uma abertura maior a entrada de luz será também maior.
      Os diferentes valores de abertura do diafragma também originam diferentes efeitos de profundidade de campo e na aparência de foco. Os diafragmas fechados proporcionam um maior foco enquanto os mais abertos fazem o efeito oposto.
Esse efeito pode ser observado na seguinte fotografia: o fundo está desfocado, ou seja o desfoque do fundo foi provocado por uma abertura maior, com valores menores de f.



Alguns filtros usados na fotografia

Filtro difusor




Filtro polarizador_ elimina os reflexos



Infravermelho



Dual e tri-color



Cross screen _ acentua os brilhos



Géneros fotográficos

Documentarismo e fotojornalismo contemporâneo



Refugiada Afegã
Steve McCurry 1985/86

Representação da opressão sofrida pelo povo Afegão.




Yannis Kontos
Transmite uma realidade social do povo do norte de África.
A política, a inter-ajuda e a fraca condição humana.





Finbarr O'reilly

            Nesta fotografia está presente uma forte carga simbólica: a mão do filho parece calar a boca da mãe.



Jean Marc Bouju



João Kehl

Contraste entre o espaço caótico, provocado por um terramoto no Chile, no plano de fundo e os turistas em primeiro plano. Diferenças sociais.


Retrato

A expressão facial é sempre muito importante no retrato, pois é um dos primeiros elementos da comunicação humana. Podem distinguir-se vários tipos de retratos, retrato individual, em grupo ou colectivo, ambiental ou não ambiental.
Os retratos não ambientais do tipo “Mugshot” (vem do inglês “to make faces”) correspondem às fotografias de cara e ombros de uma pessoa e os retratos ambientais são fotografias onde se representam uma ou mais pessoas juntamente com os objectos que os rodeiam para que se possa salientar um determinado aspecto da sua personalidade.
Dentro das fotografias deste género também podem ser representados apenas objectos e paisagens que representam uma pessoa, sentimentos, acontecimentos, ideais etc., pois é esse o objectivo do retrato: retratar alguma coisa.



Cindy Sherman

            Cindy Sherman faz auto-retratos, representando-se nas suas fotografias como diversas mulheres que cria para contestar o papel da mulher na sociedade.

Série Fotográfica

Adam and Eve
Duane Michals

Bathroom
Duane Michals



Bogeyman
Duane Michals
Surrealismo




Francesca Wodman

Traduz um espaço de representação do corpo e do interior da pessoa.








Chema Madoz

Parte de ideias simples: dois conceitos que quando unidos se tornam um desafio mental.





Matthew Barney “The Creamaster”

Criação de universos surreais.



Fotografia contemporânea





Vic Muniz

            Este artista procura fotografias e reprodu-las em outros materiais como chocolate, missangas, guloseimas, legos, lápis, mosaicos, pioneses, pedaços de papel etc.

            Agora, perguntamo-nos, será este tipo de arte considerado fotografia?
De facto, Vic Muniz faz o registo de imagens de momentos únicos, mas não obedece aos dois princípios fundamentais da fotografia: o da câmara escura e o da fotossensibilidade.
No entanto, com a invenção da máquina digital estes dois princípios também não são compridos; devíamos então chamar fotografias às imagens que essas máquinas registam? Se sim, o que é afinal a fotografia?



Semana 2

Durante esta semana o meu trabalho resumiu-se, essencialmente, ao desenvolvimento e exploração do conceito  formado em grupo.
Trabalhei também a encenação e planificação do filme e realizei um novo raid fotográfico no paredão de Cascais.


Aula de projecto 3


Nesta aula, reuni-me novamente com o grupo de cinema para estruturar-mos a história do filme e treinar-mos as filmagens e os planos das mesmas.
Definimos também os figurinos e repartimos as tarefas entre os elementos do grupo.                                                                                                                                                     
Realização 



Aula de tecnologia 3 - Cinema

Na segunda aula de cinema começamos a realização dos filmes. 
O professor ensinou-nos os nomes de algumas dos materiais necessários para filmar, como a câmera, a bolacha (adaptador que serve para montar a câmera no tripé), punho, tripé e dolly (para mover a câmara, quando montada no tripé).



Para realizar o filme usámos uma técnica denominada "cromaqui".
Cromaqui (do inglês Chroma key) é uma técnica de efeito visual cujo objectivo consiste em isolar pessoas e objectos e combiná-los com uma imagem de fundo. As imagens principais são filmadas em contraste com um fundo de uma cor, geralmente verde ou azul (em alguns casos usa-se o magenta mas normalmente é rejeitado uma vez que a sua cor se aproxima do tom de pele das pessoas). Em muitos casos o verde é preferido pois este necessita de menos luz do que o azul.
Após esta filmagem isolam-se as imagens de interesse e substituí-se o fundo pela imagem pretendida.

Nota: Todas as cores semelhantes ao fundo serão, posteriormente, substituídas pela imagem escolhida; por exemplo, se, numa filmagem, realizada através da técnica cromaqui com fundo verde, uma pessoa usar uma camisola verde, terá o tronco substituído pela imagem de fundo. 



Algumas fotografias tiradas durante a realização do filme












Semana 3

Organizei o meu diário gráfico e actualizei o blog no âmbito da pesquisa a fotografia.

Aula de projecto 4

Nesta aula fiz a planificação das três fotografias retrato que irei fazer na próxima aula de tecnologia.
Aqui a presento o plano fotográfico de cada uma:

Fotografia 1



Simbolismo e ideia a transmitir:
Com esta fotografia, eu pretendo demonstrar duas vertentes da luta contra a Melancolia (estando esta personificada pelo elemento feminino vestido de negro. Toda a fotografia se encontra a preto e branco com o objectivo de demonstrar a ausência de felicidade que existe na presença da melancolia.
Apenas a rapariga que está colocada atrás da Melancolia, obrigando-a a sorrir, aparece a cores, ela simboliza a vertente da vitória nesta luta. Em contrapartida, a mesma rapariga, mas a preto e branco, rendida, aceitando servir-se do chá da Melancolia, representa a vertente da derrota.
Os sapatos de salto alto que a rapariga calça, caracterizam o tipo de caminho que ela percorre, árduo e instável: nem sempre é fácil manter o equilíbrio.
Na fase da derrota a rapariga encontra-se descalça, pois desistiu de caminhar e afogou-se no chá da Melancolia. A ideia de “afogar-se no chá da melancolia” foi inspirada pelo poema de António Mota “Chove Chuva”, parte integrante dos meus referenciais para este módulo.
Em resumo, com esta fotografia, eu pretendo transmitir que existem dois caminhos possíveis no confronto com uma tristeza profundo, cabe-nos a nós, traçar o nosso caminho.

Cor: preto e branco (com excepção da fase da vitória personificada pela rapariga calçada)

Iluminação: a iluminação utilizada é proveniente de uma janela que se encontra do lado direito do cenário escolhido

Adereços e modelos:
Melancolia: modelo – Inês Pereira; adereços – vestido preto, chávena de chá,  bule de chá
Rapariga vencedora: modelo – Inês Silva; adereços – meias roxas, sapatos de salto alto
Rapariga derrotada: modelo – Inês Silva; adereços – meias roxas, chávena de chá


Fotografia 2


Simbolismo e ideia a transmitir:
Para esta fotografia tive como principal fonte de inspiração o primeiro desenho que fiz na exploração gráfica das minhas ideias em relação à resposta dada à pergunta formulada pelos professores: a minha mão em busca de algo que me impedisse de afundar.
No entanto mudei a simbologia da mão: porque tem que ser a minha mão? Porque não a mão de outras pessoas? De outras situações? De outros sentimentos que não o da salvação?
Assim, resolvi representar-me, não como sendo a possessora das mãos, mas sim como aquela que lhes foge. Coloquei o meu “eu” na fotografia através da roupa: vestindo o modelo com uma roupa que as pessoas reconheçam e associem a mim. A minha escolha recaiu sobre os meus colas cor-de-rosa às risquinhas.
Eu serei representada fugindo das mãos que me tentam agarrar e puxar; essas mãos podem ter boas ou más intenções, elas são o elemento que personifica o jogo de reflexos que eu tenho andado a desenvolver, os espelhos são enganadores.

Cor: fundo completamente branco (cuja função é salientar os elementos que se encontram em primeiro plano); cores naturais, não modificadas

Iluminação: luz artificial, proveniente das lâmpadas que existem no tecto da sala de aula
Adereços e modelos:
Eu: modelo – Ana Rita Francisco; adereços – saída de ganga, colas cor-de-rosa, corda
Mãos: modelos – todo o primeiro turno da turma 10ºB
Adereço: mesa (apenas serve de apoio, esta será removida durante o processo de tratamento da fotografias)


Fotografia 3


Simbolismo e ideia a transmitir:
Com esta fotografia pretendo representar a “violência” da melancolia através da desigualdade de força física que, habitualmente, existe, entre homens e mulheres.
O elemento feminino segura, debilmente, o guarda-chuva que a asfixia, encontrando-se totalmente ensopada, para traduzir a ideia de “afogamento”. O facto de a modelo estar encharcada fará o rímel (que será aplicado largamente nas suas pestanas) escorrer, esta ideia tem como principal função salientar o sofrimento psicológico: é como se o rímel escorresse pela sua face devido à enorme quantidade de lágrimas que brotam dos seus olhos, causadas pela intensa tristeza.
No entanto não é apenas a sua fraqueza enquanto rapariga que traduz a sua impotência face à agressividade a que está a ser submetida, o curativo que lhe tapa a boca também representa a ausência de resistência , já que é obrigada a manter-se calada.
De acordo com o meu conceito, eu estou a afogar-me numa tristeza profunda, o guarda-chuva é um objecto usado para nos proteger da água, por essa razão é um pouco contraditório este ser utilizado como uma arma que é responsável pelo afogamento da vítima em melancolia. Com isto quero dizer que, mais uma vez, existe a ideia dum jogo de reflexos eminente: “nem tudo é o que parece ser”.

Cor: normal, sem alterações, dependente da iluminação disponível

Iluminação: proveniente das lâmpadas s instaladas nos corredores da escola

Adereços e modelos:
Violência: modelo – João Fortuna; adereços – camisola escura (preta, castanha, cinzenta etc.), chapéu-de-chuva
Rapariga/vítima: modelo – Inês Silva; adereços – camisola branca, curativo, rímel esborratado 





Aula de tecnologia 4

Nesta aula realizei as minhas três fotografias finais, publico em seguida essas três fotografias, juntamente com algumas experimentações que fiz até chegar ao produto final:

Fotografia 1







processo de montagem e colagem da fotografia:



 Fotografia final:


Fotografia 2








processo de montagem e colagem da fotografia:





Fotografia final:


Fotografia 3










Fotografia final:



Semana 4

Nesta semana aprofundei a pesquisa que anteriormente realizara no âmbito da disciplina tecnológica de cinema.

Apresentação final

Aula de projecto 5


Nesta aula apresentei oito das fotos eleitas do meu raid fotográfico e as três fotografias finais realizadas durante a quarta aula de tecnologias. Esta apresentação foi feita através de um power point projectado no quadro da escola.

Realização 

Aula de tecnologia 5


Nesta aula fizemos a montagem dos filmes realizados na anterior aula de cinema.
O professore ensinou-nos a trabalhar com um programa próprio para a realização destes pequenos filmes, mostrando-nos como adicionar efeitos, adicionar músicar e sons, fazer transições, usar o cromaqui etc.

Semana 5

Nesta semana trabalhei, essencialmente, no portefólio.


Aula de projecto 6

Nesta aula os meus restantes colegas de turma fizeram as suas apresentações e eu trabalhei na capa do meu portefólio deste terceiro módulo.

Aula de tecnologia 6

Continuação das apresentações.

Semana 6

Conclusão do portefólio e da capa do portefólio.


Capa do Portefólio

Memória Descritiva

Desafio


No âmbito da disciplina de Projecto e Tecnologias foi lançado o terceiro desafio, baseado na obraA Metamorfose” de Franz Kafka. As perguntas formuladas pelos professores como desafio para este módulo são: “Vais agora caminhar pelo mundo, por onde caminhas? O que encontras?”

Tema – “A Metamorfose” de Franz Kafka
«(…) Queria ir ao encontro do gerente, que, em pose ridícula, estava já no patamar da escada, agarrado com ambas as mãos ao corrimão. Mas, ao tentar encontrar um apoio, caiu imediatamente, com um pequeno grito, sobre as muitas patas. Mal isto aconteceu, sentiu, pela primeira vez nesta manhã, uma sensação de bem-estar físico: as perninhas estavam bem assentes no chão, obedeciam perfeitamente, como ele, para sua alegria, pôde constatar. Até sentia como elas estavam dispostas a levá-lo aonde quisesse ir, e convenceu-se de que a cura definitiva de todos os seus males estava próxima. (…)» (“A Metamorfose”, Franz Kafka)

 O desafio consiste em criar um conceito sobre o lugar “por onde caminhamos” e “o que encontramos nesse lugar”, explorar esse conceito (através da pesquisa de referenciais, tal como nos módulos anteriores, como imagens, textos, poemas, excertos do livro em questão, etc.) e expressá-lo nas duas áreas em que se divide a disciplina de Audiovisuais: Cinema e Fotografia.
No que toca à disciplina de Cinema, a ideia pretendida era traduzir o conceito através da criação de um pequeno filme em grupo, por sua vez, em Fotografia o objectivo era realizar três fotografias retrato que representassem a nossa resposta ao desafio.
Outro trabalho que nos foi pedido para apresentar nas aulas de projecto foi algumas das fotografias do nosso raid fotográfico (aquelas que por alguma razão decidimos que se destacavam).

A minha resposta

A resposta que eu dei às perguntas “Por onde caminhas?” e “O que é que encontras?” foi a seguinte:
“Ando à deriva...
... Num mar de melancolia, encontro destroços, pedaços do passado que se desprendem e me seguem.
É difícil não me agarrar a eles, não lhes suplicar por ajuda, se não me segurar eu afundo, eu afogo-me.
Quando abro a boca para respirar eu engulo a melancolia que me rodeia e sinto-me pobre, pobre de espírito.”
Passando a explicar de forma denotativa e concreta o conteúdo da minha resposta, o lugar onde eu caminho não é um lugar onde realmente se possa caminhar, uma vez que eu comparo esse lugar com o mar e ninguém pode caminhar sobre mar de acordo com a natureza humana. O que eu encontro são memórias, essas memórias que se “desprendem e me seguem” são pensamentos passados que por vezes podemos esquecer, ou tentar esquecer (daí o acto de “desprender”) mas que nos irão “seguir” para sempre. Ou seja, são parte da matéria que nos constitui e também fazem parte da nossa mente: por mais que as tentemos abandonar elas jamais desistirão de nos lembrar os disparates que fizemos.
Uma das razões por ter escolhido o mar e a água no estado líquido para representar o meu conceito é o reflexo, a água, quando calma e melancólica ganha a característica de reflectir imagens como um espelho, porém, como é de conhecimento geral, as imagens reflectidas nunca são iguais às reais. Com esta qualidade de espelhar eu tento traduzir a ideia enganadora na qual consistem os jogos de espelhos na nossa mente, quando nos encontramos dominados por uma tristeza profunda, tornando-nos vítimas da monotonia da vida e do quotidiano, frágeis e sem força de vontade.
Mas ao responder a este desafio eu não respondi só por mim, eu tentei, neste módulo, para além de representar o meu “eu” englobar o resto do mundo (ou pelo menos uma grande maioria). Porque a “melancolia” mais que um problema pessoal é um problema global, ela afecta todo e qualquer ser humano, podendo manifestar-se de forma mais ou menos acentuada, dependendo, principalmente, da personalidade e da situação social, financeira e saúde (física e mental).
Ao decidir trabalhar esta resposta e a partir dela desenvolver um conceito pretendia alertar, pelo menos a minha turma, sobre a “doença” que é esse sentimento. Mas, como principal objectivo, desejava libertar-me da minha própria melancolia e encontrar um lugar estável para seguir o meu caminho, aprendendo a lidar com as más memórias e a saborear as boas memórias.


Conclusão

Mais uma vez, considerei a realização deste trabalho. (o terceiro para a disciplina de Projecto e Tecnologias) muito instrutiva e interessante.
 Instrutiva no sentido da diversidade de informação que nos foi transmitida nas disciplinas de Cinema e Fotografia a nível da sua história e criadores e também das suas funções e importância na actualidade dos nossos dias.
Interessante porque os conhecimentos que adquirimos ser-nos-ão úteis no futuro e aumentaram a cultura geral que nos constitui, pois os professores não se limitaram a ensinar a teoria, deram-nos a oportunidade de pôr em prática o que aprendemos.
No entanto, creio que esta tecnologia foi muita mais difícil que as anteriores, uma vez que nos foi exigido apresentar três trabalhos diferentes num reduzido espaço de tempo, principalmente no caso da disciplina de Cinema. Pois, para além do nível de complexidade ser maior, o tempo disponibilizado para a realização das curtas-metragens não lhes permitiu um melhor grau de desenvolvimento nem a uma grande intervenção da nossa parte, já que o professor se encarregou da maioria das tarefas para evitar perdas de tempo necessárias, o que contribuiu para a alteração de planos e distorção da história do filme.
Lamento profundamente este facto mas também entendo que a situação obrigou à tomada destas medidas.
Tal como nos módulos anteriores, avalio a minha forma de trabalho como sendo positiva, mas continuo na esperança de a melhorar.
Penso que, com este trabalho, consegui atingir os meus objectivos, fiquei satisfeita com os produtos finais, já que, mais uma vez, desenvolvi um conceito muito pessoal e trabalhar nele contribuiu para o meu crescimento e expressionismo. Além disso, apesar de os meus trabalhos se encontrarem muito “aquém” dos profissionais (longe de mim querer fazer comparações), penso que foram bem desenvolvidos e planeados pois não me faltou dedicação nem interesse.